Happiness.Documentary

Olá! Este é o blog oficial de divulgação do documentário que estou fazendo: #HappinessDocumentary e outras divulgações de meu interesse.
Eu já tinha este blog desde 2008. Apenas mudei o nome para o nome do documentário e mantive as publicações anteriores para que as pessoas possam me conhecer um pouco mais.

terça-feira, janeiro 26, 2016

Recordar é viver e manter-se vivo na história

Recordar é viver...
... no passado, no presente e no futuro
Eu explico.
Sou Jornalista, natural de Osório, Rio Grande do Sul. Parte da família materna é de Osório e parte da família paterna, de Santo Antônio da Patrulha. Duas cidades do interior, bem próximas, um pouco concorrentes e com histórias bem diferentes.Ainda na adolescência saí de Osório para morar em Porto Alegre e pouco tempo depois saí do RS e fui morar em Brasília. Morei duas vezes fora do Brasil, na Inglaterra e na Espanha, mas sempre voltava para Brasília e vinha ao Sul para visitar a família e sempre com pouco tempo. Era ir direto para casa dos meus pais e da casa deles direto voltar para Brasília.
Estamos em janeiro de 2016 e agora, com mais tempo, estou no RS revendo lugares e pessoas da minha infância e juventude. Esta semana tive que ir a Santo Antônio da Patrulha, viagem esta que me motivou a escrever. Tive que ir à parte alta da cidade, como todos chamam, e fiquei impressionada com a conservação das casas antigas, estilo colonial, influência Açoriana. Não sei se eu não prestava atenção quando era criança ou não eram tão bem conservadas como estão agora. Fiquei feliz pela cidade, pelos visitantes e pelos moradores por terem esta preocupação em conservar esta parte da história. Santo Antônio está de parabéns. Nem vou falar dos problemas, do asfalto cheio de buracos da “estrada velha”, caminho lindo que liga as duas cidades: Osório e Santo Antônio. Vou me ater somente a esta parte da cidade porque merece reconhecimento. Fui ao museu, que fica em uma dessas casas. Aliás, é justamente uma das mais antigas. É onde viveu Caldas Junior. Já chegarei nele e nesta parte da história mas o museu também me surpreendeu porque não lembro da existência dele quando eu era criança.
Fui muito bem recepcionada pela moça que é a encarregada de recepcionar e explicar um pouco da história da casa e da família ilustre que ali morou. Então, fica aqui mais um parabéns de minha parte.
E quem foi Caldas Junior? Não vou entrar nos pormenores, falarei apenas um pouco sobre ele para não estragar a surpresa e quem sabe, instigar as pessoas a irem lá conhecer a cidade. Vale a pena...
No RS a cidade de Santo Antônio da Patrulha é conhecida como a terra da cachaça, da rapadura e do festival de sonhos. Sonhos de comer e não de sonhar, se bem que uma coisa acaba levando a outra. Mas pouca gente sabe que Caldas Junior, foi o jornalista fundador do jornal Correio do Povo (http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/correio-do-povo-1895-tradi-o-e-hist-ria).
E pasmem! Ele nem gaúcho era. Veio, juntos com seus pais, da Paraíba, mas como chegou ainda criança, acabou incorporando e divulgando o jeito gaúcho de ser.
Reza a lenda que Dom Pedro I, em uma de suas viagens por ali, pernoitou na casa da família Caldas Junior e presenteou-os com uma palmeira real. Sim! A palmeira ainda está lá nos fundos da casa. Também está lá na casa alguns objetos pessoas e até o quartinho onde ficavam os escravos – um parêntese para uma parte tão feia da nossa história... (http://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-abolicao-escravatura.htm)
Acompanhando este texto seguem uma série de fotos das casas que me referi mais no início, assim como do museu, da página do primeiro Correio do Povo.
Como eu disse, não vou pormenorizar a história da cidade, de seus habitantes ilustres, no intuito de atiçar a curiosidade.
Que fique o exemplo de Santo Antônio, que vem preservando parte importante da história do Brasil. Quantas relíquias arquitetônicas foram destruídas no Brasil, em nome do progresso e da modernidade, como se um não pudesse conviver muito bem com o outro. Não pode haver futuro sem passado e presente. Até o verbo conjugado no tempo futuro pressupõe um presente para ser projetado.

Sendo assim, no futuro não distante, eu irei muitas outras vezes a Santo Antônio da Patrulha conhecer mai s da história da cidade e quem sabe, conhecer mais do meu passado, das minhas origens.
(Clara ou Clarice Santos)