Happiness.Documentary

Olá! Este é o blog oficial de divulgação do documentário que estou fazendo: #HappinessDocumentary e outras divulgações de meu interesse.
Eu já tinha este blog desde 2008. Apenas mudei o nome para o nome do documentário e mantive as publicações anteriores para que as pessoas possam me conhecer um pouco mais.

quarta-feira, dezembro 02, 2015

O que é "ser alguém" na vida?

Brasília, 02 de dezembro de 2015.

E o ano está quase acabando. Graças a Deus! 2015 foi um ano difícil para mim. Espero que 2016 seja melhor para todos, para o País...
Ok, eu estava pensando sobre EUA e como algumas coisas lá são como aqui. No Brasil alguns famosos de ascendência Africana estão recebendo ataques racistas nas mídias sociais. Como lá, temos muitos negros e pardos no Brasil. Muitos atores de descendência africana reclamam que alguns são chamados para trabalhar em papeis secundários, papéis de empregadas domésticas, motoristas, pessoas mais pobres e raramente são protagonistas. Então me lembrei de que os EUA não é tão diferente daqui. Lembrei o que eu vi nos aeroportos americanos recentemente . A maioria do pessoal da limpeza, atendentes, trabalhadores das lanchonetes, restaurantes etc. são negros, latinos ou indianos enquanto que os donos destes lugares são brancos.
E eu costumo ver muitos filmes e séries norte-americanos e percebi que existem poucos negros ou latinos famosos nos EUA. São mais do que aqui, com certeza, mas eles ainda são poucos, se considerarmos a quantidade de filmes e séries de TV que os Estados Unidos produzem. Estou impressionada com o número de latinos que são sempre bandidos, membros de gangues ou quando eles são honestos, são policiais, professores, pobres coitados em profissões menos reconhecidas. Raramente são protagonistas.
Eu sei que os EUA têm muito mais negros famosos do que temos no Brasil e os direitos sociais lá são melhores do que os daqui. Se falamos de atores, o corte também é sexista e há mais homens do que mulheres negras em carreiras de destaque. Eu teria que fazer um estudo mais detalhado mas talvez isto seja diferente aqui no Brasil. Acho que aqui temos mais mulheres negras que fazem sucesso do que homens, mas não posso afirmar com certeza.
Não quero ser injusta, vou esquecer de mencionar vários, mas lembrei agora, rapidamente, de alguns exemplos bem sucedidos de afrodescendentes: Will Smith, Oprah, Wesley Snype, Dany Glover, L Cool J, dentre outros. Depois, há os atletas que são bem sucedidos com os esportes, mas eles também são poucos.
Porque? Porque eles foram escravizados e marginalizados, lá e aqui, e quando terminou a escravidão não foi dado apoio a esta população. Além disso, um documento é assinado e divulgado dizendo que a partir daquele dia não existe mais escravidão, mas a questão social que envolve essa população não será resolvida no dia seguinte à proclamação da abolição.  Leva décadas, séculos. O ex escravo não vai se alfabetizar, educar,  ser empregado no dia seguinte. O preconceito também não acabou no dia seguinte, nem depois, nem até agora! Bem, eu não quero alongar mas os problemas ainda continuam no Brasil e nos EUA, com algumas diferenças, é claro.
O Brasil adotou o sistema de cotas para negros e descendentes para universidades e serviços públicos. Ajuda? Na minha opinião pessoal, eu acho que isso ajuda, mas não é o suficiente e temos um longo caminho ainda pela frente. Prova disto são estes ataques racistas recentes nas mídias sociais.
Como eu disse no início do próximo ano quero começar a fazer meu documentário sobre a felicidade. Será que as pessoas negras são mais felizes do que as brancas, ou vice-versa? Eu soube que foi feita uma pesquisa nos EUA e descobriram que os negros são mais felizes do que os brancos, porque eles têm menos expectativas sobre tudo. Como são privados de várias coisas se sentem mais satisfeitos porque estão contentes com o que têm. Infelizmente eu não tenho acesso a esta pesquisa, mas são coisas assim que eu quero encontrar com o meu documentário.
Eu li um artigo de um professor da Inglaterra, onde ele fala sobre os postos de “trabalho de merda”. Achei muito legal e eu me identifiquei muito com o que ele escreveu.
Filhos de classe média e ricos são tão cobrados para "ser alguém" na vida que eles não têm tempo para si e eles não têm abertura por parte dos pais para dizer que eles não querem isso. As crianças estão sufocadas, sobrecarregadas e muitas não querem ser este "alguém na vida" escolhido pelos pais e não por elas mesmas. Muitas crianças estão cometendo suicídio ou se tornando adultos com problemas, egoístas, usuários de medicamentos controlados ou mesmo drogas.
Retornando à Inglaterra, ao Professor do artigo, ele escreve sobre como profissões que contribuem para melhorar a sociedade, como os filósofos, músicos, poetas, estão se esgotando, acabando, porque essas ocupações não fazem uma pessoa "ser alguém".
E este é um problema mundial, mas pior nos países mais ricos, onde há mais concorrência. Infelizmente estamos criando gerações de "alguéns" para os outros e não para elas mesmas.

Pedi demissão para ir atrás dos meus sonhos e fazer meu documentário, pesquisar sobre a felicidade. Eu não quero ser este “alguém” que vale pelo que possui, pelo quanto possui, quanto ganha, eu quero ser eu mesma ... como diz a canção, "Ain´t nobody” 

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