Happiness.Documentary

Olá! Este é o blog oficial de divulgação do documentário que estou fazendo: #HappinessDocumentary e outras divulgações de meu interesse.
Eu já tinha este blog desde 2008. Apenas mudei o nome para o nome do documentário e mantive as publicações anteriores para que as pessoas possam me conhecer um pouco mais.

segunda-feira, setembro 08, 2014

A vida pouco convencional que eu gosto de ter...

Fui jantar com amigos de longa data, último sábado. O jantar foi na casa de uma grande amiga, também colega de jornalismo, junto com o outro grande amigo jornalista. Nós três trabalhamos juntos. Éramos três eventualmente com alguns outros! Um velho novo amigo também foi, a meu convite. Velho novo porque há tempos nos conhecemos mas havíamos perdido o contato. E na casa da amiga, anfitriã, outros amigos da amiga: um casal homoafetivo com sua filha de cinco anos, adotiva, uma outra jornalista, o marido da anfitriã e o filho deles, de cinco anos.
Conversa boa, gente inteligente, bem humorada e os vinhos, que sempre são trazidos pelo colega jornalista, do grupo “éramos três”, também ajudaram no processo de integração.
Eu resolvi escrever sobre este jantar porque no dia seguinte fiquei lembrando dos detalhes – eu sempre presto atenção em detalhes, privilégios (?) da minha área – e me veio à cabeça que eu adoro isto e aquilo. O isto é estar entre bons amigos com boa comida, boa conversa e boa bebida; o aquilo eram as pessoas que estavam no jantar com suas nada convencionais vidas, incluindo a minha.
Eu cheguei aos 40 divorciada, sem filhos, me recuperando de um câncer maligno, sem um emprego com estabilidade, com o emocional virado do avesso, fazendo terapia há anos, com as cobranças, mais familiares do que sociais, de ter que passar em um concurso público, tendo que ouvir os clichês absurdos que falam sobre mulheres que não querem ter filhos e não querem casar. Enfim, vou (re) levando...
A jornalista amiga da amiga anfitriã, divorciada, também não tem filhos biológicos mas tem três filhos do ex marido. Eles se separaram e os filhos do ex com a ex esposa preferiram ficar com a madrasta. Entendeu? Explico. Quando ela casou com ele e le era separado e já tinha três filhos. Os filhos foram morar com ele e a nova esposa. Eles se separaram e os filhos, enteados da agora também ex esposa, ficaram com ela. Agora me digam se isto não é ser uma mulher e tanto?
O casal homoafetivo tem uma filha linda de cinco anos, adotada. Uma garota cheia de vida,  criativa, inteligente, visivelmente alegre. Que ficou brincando com o filho do casal anfitrião, também de cinco anos e também com as mesmas características: visivelmente alegre, cheio de vida, inteligente, criativo. Duas formas  bem diferentes de família mas que ao meu ver são famílias.
O outro amigo jornalista também levou o filho já adulto, mas conheci ainda criança. Ele, aposentado, foi um dos pais mais presentes que conheci. Foi pai e mãe ao mesmo tempo, dos casal de filhos que tem. Daqueles que levantava de noite para trocar as fraldas e fazer mamadeira porque a mãe, mesmo quando estava fisicamente, nem sempre estava presente. Hoje curte a vida de um jeito mais que perecido, mas ainda mantém os filhos sob proteção.
O amigo que eu convidei, que há anos não tinha contato, também colega de comunicação, só que não jornalista, uma pessoa fofa, encantadora, nada clichê e que reagiu muito bem à surpresa de ir comer na casa de meus amigos pensando que estávamos indo só ele e eu. Humor apurado, aberto a conhecer pessoas novas e, como eu, um ser emocionalmente complicado, mas que está aí, também  como eu, dando a segunda face à vida...

Enfim, éramos pequenas ilhas, cada uma com um sistema muito complexo de idiossincrasias, formando, naquele momento, uma rede interligada pelas diferenças. Conforme descrevi acima, éramos pessoas com histórias de vida muito diferentes mas nossas afinidades e semelhanças se estabeleceram bem ali, justo pelas nossas diferenças. Nenhum de nós saiu daquele jantar os mesmos. Saímos melhores, com experiências tão diferentes de vida trocadas e isto agregou para que tenhamos saído dali seres humanos melhorados. Pelo menos foi assim para mim.

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