Brasília, 02 de dezembro de 2015.
E o ano está quase acabando. Graças a Deus! 2015 foi um ano
difícil para mim. Espero que 2016 seja melhor para todos, para o País...
Ok, eu estava pensando sobre EUA e como algumas coisas lá
são como aqui. No Brasil alguns famosos de ascendência Africana estão recebendo
ataques racistas nas mídias sociais. Como lá, temos muitos negros e pardos no
Brasil. Muitos atores de descendência africana reclamam que alguns são chamados
para trabalhar em papeis secundários, papéis de empregadas domésticas, motoristas,
pessoas mais pobres e raramente são protagonistas. Então me lembrei de que os
EUA não é tão diferente daqui. Lembrei o que eu vi nos aeroportos americanos
recentemente . A maioria do pessoal da limpeza, atendentes, trabalhadores das
lanchonetes, restaurantes etc. são negros, latinos ou indianos enquanto que os
donos destes lugares são brancos.
E eu costumo ver muitos filmes e séries norte-americanos e
percebi que existem poucos negros ou latinos famosos nos EUA. São mais do que
aqui, com certeza, mas eles ainda são poucos, se considerarmos a quantidade de
filmes e séries de TV que os Estados Unidos produzem. Estou impressionada com o
número de latinos que são sempre bandidos, membros de gangues ou quando eles
são honestos, são policiais, professores, pobres coitados em profissões menos
reconhecidas. Raramente são protagonistas.
Eu sei que os EUA têm muito mais negros famosos do que temos
no Brasil e os direitos sociais lá são melhores do que os daqui. Se falamos de
atores, o corte também é sexista e há mais homens do que mulheres negras em
carreiras de destaque. Eu teria que fazer um estudo mais detalhado mas talvez
isto seja diferente aqui no Brasil. Acho que aqui temos mais mulheres negras
que fazem sucesso do que homens, mas não posso afirmar com certeza.
Não quero ser injusta, vou esquecer de mencionar vários, mas
lembrei agora, rapidamente, de alguns exemplos bem sucedidos de
afrodescendentes: Will Smith, Oprah, Wesley Snype, Dany Glover, L Cool J,
dentre outros. Depois, há os atletas que são bem sucedidos com os esportes, mas
eles também são poucos.
Porque? Porque eles foram escravizados e marginalizados, lá
e aqui, e quando terminou a escravidão não foi dado apoio a esta população.
Além disso, um documento é assinado e divulgado dizendo que a partir daquele
dia não existe mais escravidão, mas a questão social que envolve essa população
não será resolvida no dia seguinte à proclamação da abolição. Leva décadas, séculos. O ex escravo não vai se
alfabetizar, educar, ser empregado no
dia seguinte. O preconceito também não acabou no dia seguinte, nem depois, nem
até agora! Bem, eu não quero alongar mas os problemas ainda continuam no Brasil
e nos EUA, com algumas diferenças, é claro.
O Brasil adotou o sistema de cotas para negros e
descendentes para universidades e serviços públicos. Ajuda? Na minha opinião
pessoal, eu acho que isso ajuda, mas não é o suficiente e temos um longo
caminho ainda pela frente. Prova disto são estes ataques racistas recentes nas
mídias sociais.
Como eu disse no início do próximo ano quero começar a fazer
meu documentário sobre a felicidade. Será que as pessoas negras são mais felizes
do que as brancas, ou vice-versa? Eu soube que foi feita uma pesquisa nos EUA e
descobriram que os negros são mais felizes do que os brancos, porque eles têm
menos expectativas sobre tudo. Como são privados de várias coisas se sentem
mais satisfeitos porque estão contentes com o que têm. Infelizmente eu não
tenho acesso a esta pesquisa, mas são coisas assim que eu quero encontrar com o
meu documentário.
Eu li um artigo de um professor da Inglaterra, onde ele fala
sobre os postos de “trabalho de merda”. Achei muito legal e eu me identifiquei
muito com o que ele escreveu.
Filhos de classe média e ricos são tão cobrados para "ser
alguém" na vida que eles não têm tempo para si e eles não têm abertura por
parte dos pais para dizer que eles não querem isso. As crianças estão
sufocadas, sobrecarregadas e muitas não querem ser este "alguém na
vida" escolhido pelos pais e não por elas mesmas. Muitas crianças estão cometendo
suicídio ou se tornando adultos com problemas, egoístas, usuários de medicamentos
controlados ou mesmo drogas.
Retornando à Inglaterra, ao Professor do artigo, ele escreve
sobre como profissões que contribuem para melhorar a sociedade, como os
filósofos, músicos, poetas, estão se esgotando, acabando, porque essas
ocupações não fazem uma pessoa "ser alguém".
E este é um problema mundial, mas pior nos países mais
ricos, onde há mais concorrência. Infelizmente estamos criando gerações de
"alguéns" para os outros e não para elas mesmas.
Pedi demissão para ir atrás dos meus sonhos e fazer meu
documentário, pesquisar sobre a felicidade. Eu não quero ser este “alguém” que
vale pelo que possui, pelo quanto possui, quanto ganha, eu quero ser eu mesma
... como diz a canção, "Ain´t nobody”
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