Escreveu Pero Vaz de Caminha, ao rei Dom Manuel de Portugal,
quando chegou ao Brasil e viu toda natureza exuberante do Brasil, que à época
ainda não tinha nome.
"...Nela (a
terra) , até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa
alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons
ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste
tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal
maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das
águas que tem."
Pero Vaz de Caminha, ao falar da abundância de água e que
tudo aqui “em se plantando dá”, não contava com as chuvas em excesso, que aqui
temos, de tempos em tempos e que acabam, total ou parcialmente, com as
plantações, casas, ruas, construções etc.
Ano passado, 2015, o Rio Grande do Sul teve uma forte
enchente. Certamente muita gente lembra porque foi no final do ano. Logo depois
começou o verão com um calor fora do normal. Não deu outra! A combinação calor
X massa de ar frio trouxe chuvas em excesso,mais uma vez.
Antes de 1888 o Rio Grande do Sul não contava com uma
tecnologia voltada para previsão do tempo. Em 1888 isso começou a mudar, com a
criação, pela princesa Isabel, da Repartição Central Meteorológica. Hoje, temos
radares, satélites e supercomputadores, mas, mesmo assim, há falhas.
Há quem não acredite na tecnologia para previsão do tempo e
prefira se guiar pela natureza como a lua ou sinais que os animais dão.
A tecnologia ajuda muito mas contra a força da natureza não
há, ainda, tecnologia que detenha. Ou seja, corrigindo Pero Vaz de Caminha, “em
se plantando tudo dá desde que a natureza assim o queira”. (Clara Santos-
Jornalista)
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