EDITORIAL
Semana passada Luiza Brunet, que despensa apresentações,
saiu em todas as mídias sociais e demais veículos de comunicação por ter
denunciado as agressões do ex namorado, um empresário bastante rico. Nos primeiros
jornais matutinos desta segunda já estava lá a notícia horrorosa de uma mulher
que foi presa na própria casa e torturada por três dias pelo ex que não
aceitava o rompimento. São apenas dois dos milhares de casos que acontecem no
Brasil e que por causa disto nos colocou no ranking como a quinta maior no
mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
São tantas as formas de agressões de gênero que nem vou
elencar aqui, mas ao ver a notícia hoje cedo já vim para o jornal determinada a
escrever o Editorial de hoje sobre o tema. Sabem o que é pior? Que muita gente,
entre homens e mulheres, torcem o nariz quando se fala de feminismo. Sabem que
se eu, uma mulher, formada em dois cursos – que eu pude escolher – solteira,
sem filhos – porque eu optei por estar assim – que morei em outros dois países
e em outro estado, sozinha, por opção minha, posso estar aqui escrevendo a você
é porque mulheres antes de mim lutaram pelos direitos das mulheres.
Se eu posso votar, trabalhar, namorar antes de casar e
escolher com quem quero ficar; se eu posso escolher não casar, me divorciar,
ter o direito de ir e vir, viajar sozinha ou acompanhada, escolher a roupa que
quero usar, ter cargo de chefia, exercer funções que há bem pouco tempo eram
permitidas somente aos homens, é porque mulheres antes de mim lutaram e até
morreram para que eu pudesse hoje desfrutar de tudo isto.
E eu sou muito agradecida, tão agradecida que me uni a este
coro e também luto pelos direitos das mulheres. Eu sei que é difícil mas quem
sofre violência de gênero, seja do tipo que for, precisa denunciar. Existem as
delegacias das Mulheres, que infelizmente aqui em Osório não existe, mas existe
o Ministério Público, a delegacia de polícia mais próxima, o número 180.
Os homens que agridem as mulheres são covardes, inseguros,
ignorantes, arrogantes, não têm amor próprio, são infelizes, porque quem ama e
é feliz não maltrata, respeita o outro, apoia; quem sabe amar, não oprime e não
compete, pelo contrário, apoia e ajuda o ser amado a progredir. Existe uma
linha tênue entre o ciúme e a possessão, o desejo de posse. Cuidado com isto!
Então concluo perguntando quem precisa de feminismo? Eu
preciso de feminismo para que meu caráter, minha competência e meus direitos
básicos sejam mais valorizados do que meu sexo.(Clara Santos)
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